domingo, 3 de abril de 2011

Starbucks e a simpatia para viver uma comédia-romântica


Já faz algum tempo que traço um perfil para as comédias romântica holiwoodianas e percebo que elas seguem um certo padrão, uma certa receita do sucesso. Curiosamente, parte dessa receita, suportando variações, conta com o início do dia como primeira cena, não poucas vezes, um despertador tocando. Mulheres centradas em objetivos, profissionalmente bem resolvidas, mas sentimentalmente incompletas e complicadas tomando café de manhã. Não poucas vezes, um Starbucks comprado com pressa a caminho do trabalho.

Não vou cometer o pedantismo de criticar esses filmes por como eles insinuam que, para a mulher, o sucesso na vida profissional e a beleza não as torna completas, pois elas precisam do bom e velho peito masculino para se ancorarem. Elas levam a vida sem isso, mas na hora que se lembram por um instante do quanto pode ser consolador um apoio masculino, se desmancham e se dão conta do quanto sua vida foi vazia e sem sentido até então. Até porque, a culpa não seja, propriamente de Holiwood. Eles apenas querem vender, e se essa é a receita do sucesso, é proque esse é o tipo de história que as mulheres querem comprar. Então deve ter algo de verdade nelas...

Então, assumindo que elas tenham algo de verdade, eu desde já admito que apesar de profissionalmente as coisas estarem caminhando bem para mim (inclusive porque minhas ambições não são muito grandes), eu sinto, e muito, falta de alguém. E não sei como resolver isso, porque sei que sou uma mulher-problema e me vejo cada dia mais complicada. Certamente, a solução, por enquanto, é me dedicar às questões acadêmicas profissionais e não pensar demais nisso. E, se não me engano, isso faz de mim a personagem perfil das histórias holiwoodianas de comédia romântica. Estou errada? Então, fico pensando, qual seria meu próximo passo? Comprar Starbucks todo dia de manhã à caminho de minhas atividades!

Será que basta ser uma garota-problema e comprar Starbucks de manhã para viver uma comédia romântica. Ou seja, conhecer um cara antipático no início, depois sensível, depois canalha, depois louco apaixonado correndo atrás do meu táxi para me pedir perdão por algo que ele não fez e eu achei que ele fez por um mal-entendido? Por via das dúvidas, e na falta de Starbucks, vou caçar um lugar legal e aderir a rotina de comprar café nele todo dia de manhã. Aí está a simpatia, mas ela só funciona para garotas problema satisfeitas com seu desempenho profissional (mesmo que, como no meu caso, ele não seja grande coisa, eu que não sou muito exigente). E também só funciona se comprar o café for parte da sua rotina. Se não, nada de comédia-romântica. Não tem problema se quem bebe o café é seu chefe. A simpatia suporta essa variação.